Por Donata Lustosa

Fonte: www.webrun.com.br

A chuva que estava prevista para o dia 31 de dezembro, em São Paulo, esperou a tradicional Corrida de São Silvestre para aparecer. Sorte para os 20 mil atletas que participaram da prova. O clima na cidade paulista não estava tão quente quanto nos outros anos. Na hora da largada, por volta das 16h30, os termômetros na Avenida Paulista marcavam 26 graus.

Na elite masculina os quenianos estavam fortes. Eles começaram a competição com ritmo elevado, e os brasileiros não conseguiram acompanhar o pique dos estrangeiros. Até o quilômetro nove a liderança da São Silvestre se revezava entre os quenianos James Kipsang, Robert Cheruiyot e Elias Chelimo. Logo atrás dos africanos, os colombianos Diego Alberto Colorado e Willian Naranjo mostravam que podia segurar o ritmo.

Porém, logo no quilômetro 10, Kipsang abriu vantagem do pelotão e foi assim até o final, quando cruzou a linha de chegada no tempo de 44min40. O queniano sagrou-se bicampeão da prova paulista. Ele venceu também em 2008.

Apesar de ter dito, na coletiva de imprensa realizada antes da prova, que não estava na sua melhor forma, Kipsang surpreendeu. “Estou triste pelo que eu disse ontem, por ter falado que não estava bem. Mas hoje não foi uma corrida fácil”, conta. Para ele o quilômetro mais difícil da prova foi justamente a parte em que abriu. “Tive que puxar para ganhar a vantagem e manter. Foi a parte mais complicada”.

O segundo lugar ficou para o também queniano Elias Chelimo no tempo 44min58 seguido pelo seu compatriota Robert Cheruiyot (45min30), que era um dos favoritos pelo pódio. “Não foi uma prova fácil. Eu corri muito forte no começo”, revela Cheruiyot.

Já o melhor brasileiro da competição foi Clodoaldo Gomes da Silva com a oitava colocação em 46min40. “Fico triste por não ter nenhum brasileiro no pódio esse ano. Mas acredito que tive um bom resultado. Há um ano eu estava com uma inflamação no pé. Fiquei três meses sem treinar. A prova foi uma recuperação”, conta Clodoaldo que no ano passado não ficou entre os 10 primeiros.

Feminino – Na disputa feminina pelo pódio Pasalia Chepkorir liderou os 15 quilômetros da prova. Sempre no primeiro pelotão, ela chegou à subida da Brigadeiro sozinha e cruzou a linha de chegada em 52min30. “Apesar do calor, as subidas favoreceram minha prova”, diz.

A segunda colocação foi para a atleta da Sérvia, que também já venceu a São Silvestre, Olivera Jevtic (52min59). De acordo com a atleta, ela só não ganhou a competição desse ano porque sentiu fortes dores no estômago durante a prova. “Eu amo correr no Brasil. Foi uma disputa forte. Tive problema no estômago, mas isso não me impediu de completar. Pensei que centenas de pessoas no meu país estavam me assistindo. Não podia desistir”, revela. Ainda segundo Jevtic, a São Silvestre é uma corrida famosa na Sérvia e sempre é acompanhada pela população.

A brasileira Marily dos Santos foi a terceira colocada (53min35). Natural da Bahia, Marily provou que seu treinamento em altitude de pobre, como afirmou na coletiva de imprensa da quarta-feira (30), deu certo. “As quenianas são fortes, mas não são imbatíveis. Eu corri em equipe com a Baldaia para quebrar elas”. Segundo Marily, em diversos trechos da São Silvestre ela deu forte tiros para deixar as quenianas cansadas e fazer com que Maria Zeferina Baldaia alcançasse-as. E a tática das duas deu certo. Baldaia ficou com o quarto lugar no tempo de 53min58.