Por Ft.Priscila Cardoso – Fernandes Fisioterapia em parceria com Ft.David Homsi

O joelho é uma estrutura muito propensa a lesões, devido a sua pouca mobilidade e variedade de esforços a que é submetido, estas lesões podem ocorrer por por excesso de uso (provocando micro ou macrotraumas na região), sobrecargas mecânicas e principalmente por práticas de esportes de impacto.

Um dos locais mais comuns no joelho a sofrer lesões em atletas é o tendão ou ligamento patelar que é a estrutura que liga a patela a tíbia e que juntamente com o músculo quadríceps, seu tendão e a patela formam o chamado “mecanismo extensor do joelho”. Os esportes mais relacionados as lesões desse tendão são os que geralmente envolvem saltos como voleibol, basquetebol e algumas modalidades de atletismo que por essa razão a lesão do tendão patelar por trauma repetitivo pode também ser chamada de “joelho do saltador” ou jumpers knee, lembrando que, tais lesões não são exclusivas desses esportes e ocorrem também em outras atividades esportivas como futebol, corrida e tênis.

Em geral as lesões do tendão patelar são as tendinopatias (com diferentes fases de gravidade), as rupturas totais e também as parciais. As tendinopatias leves podem provocar um leve espessamento bem como alteração da textura do tendão. Em sua maioria estas lesões ocorrem no pólo inferior da patela ou em alguns casos no pólo superior, sugerindo uma inflamação no mecanismo extensor. Com a progressão da doença o espessamento aumenta e surgem degenerações que podem ou não estar acompanhadas de calcificações. Em fases mais avançadas surgem as rupturas parciais no interior do tendão provocando seu enfraquecimento e podendo levar a ruptura completa do mesmo causando a perda da função do mecanismo extensor, um caso bem conhecido foi a que ocorreu com o jogador “Ronaldo fenômeno. Atletas que treinam mais de três vezes por semana são mais suscetíveis à tendinopatia patelar do que os que treinam menos vezes. A freqüência e a intensidade dos treinos e competições também influenciam no desenvolvimento dos sintomas, assim como maior número de horas em treinamento. Vale lembrar que os atletas de fins de semana não possuem uma musculatura forte e um tendão com viscosidade suficiente para a pratica de esportes, tornando estes também propensos à essa lesão.

Há uma ampla variedade de modalidades fisioterapêuticas na abordagem das lesões do tendão patelar visando o controle da dor, do edema, da inflamação e do espasmo muscular. Pode-se utilizar crioterapia ou termoterapia dependendo da fase da lesão, além de protocolos de alongamento e exercícios ativos isométricos e isotônicos conforme a progressão do tratamento. Exercícios excêntricos na fase inicial da lesão é de extrema importância que se trabalhe.

Outra alternativa é a utilização de equipamentos de eletroterapia incluindo ultra-som, laser, estimulação elétrica, entre outros. O ultra-som pode estimular fibroblastos a produzir colágeno in vitro; também melhora o retorno da força mecânica durante o reparo de lesões agudas do tendão. Por sua vez, o laser também tem mostrado aumento da produção de colágeno. Já a combinação de ultra-som, laser e estimulação elétrica tem demonstrado melhoras na biomecânica e bioquímica do tendão segundo estudos citados por Cohen, 2008.

O uso dessas modalidades, no entanto, ainda é baseado em evidências circunstanciais e mais estudos e pesquisas são necessários para conhecer a melhor indicação de cada modalidade.

Ft.Priscilla Cardoso – Fernandes Fisioterapia

BIBLIOGRAFIA:

AMATUZZI, Marco M. Joelho: articulação central dos membros inferiores. 1ª ed. São Paulo: Roca, 2004. 794p.

COHEN, Moisés, et al. Tendinopatia patelar. Rev Bras Ortop. 2008;43(8):309-18.

PRENTICE, W.E. Modalidades terapêuticas em medicina esportiva. Quarta Edição; Editora Manole, 2002.