A técnica de banho de gelo, ou o de imersão, começou no esporte. A primeira modalidade a usar foi o atletismo e atualmente essa técnica já foi difundida à muitas outras modalidades. Para se ter uma ideia, até a Seleção Brasileira Feminina de Futebol usa a técnica de imersão.
Para lutar pelo ouro olímpico, por exemplo, essas jogadoras fizeram qualquer sacrifício, até entrar literalmente “numa fria”, como ter de mergulhar numa banheira de gelo todos os dias após os treinos e jogos. É nessa parte que entra a técnica de imersão.
As aplicações do frio são utilizadas desde antes de Cristo, quando gregos e romanos utilizavam gelo natural e neve para tratar problemas de médicos. Já no século 19, as compressas frias foram reconhecidas como auxiliares nas cirurgias. E hoje, século 21, aprimoramos técnicas e conhecemos fisiologicamente seus efeitos.
Benefícios – O uso da crioterapia (através de banho de gelo) produz anestesia, analgesia, diminui o espasmo muscular, induz ao relaxamento, permite mobilização precoce, incrementa o limite de movimentos, quebra o ciclo dor-espasmo-dor e diminui o metabolismo.
A temperatura da água utilizada nos banhos de imersão varia de -1º C a +5º C. Utilizamos sempre esta técnica após a atividade física, durante um tempo de três a cinco minutos.
O banho de imersão em água com gelo é muito utilizado em provas de Fast Triathlon, onde ao término de cada bateria, o atleta se dirige à uma banheira e fica imerso em água com gelo. Esta é uma ótima técnica para recuperação muscular e prevenção de algum tipo de dor, através dos efeitos causados pelo gelo.
Mas, cuidado! É muito importante levar em conta que, quando aplicada a imersão nos pés, é possível que haja uma isquemia na ponta dos dedos e que você não sinta a ponta dos mesmos, além de também diminuir a circulação de sangue local. Isso ocorre porque temos poucas terminações nervosas nessas partes do corpo. Por isso, uma boa saída para esse problema é colocar uma luva cirúrgica na ponta dos dedos.
Efeito fisiológico – O efeito fisiológico da crioterapia sobre a dor se dá pela diminuição da velocidade de condução nervosa de forma proporcional à quantidade de resfriamento.
Contraindicação – A crioterapia não deve ser usada quando há ferida aberta ou até mesmo em pessoas que possuam algum tipo de lesão nervosa, pois haverá uma grande diminuição da sensibilidade. Também deverá ser evitada em casos de: infecções de pele e gastrointestinais, sintomas agudos de trombose venosa profunda, ocorrência de doença sistêmica, em casos de tratamento radioterápico em andamento, para portadores de micoses e fungos, dentre outros.
Quando usar – Em fraturas consolidadas ou em fase de consolidação, alterações posturais, pós-lesões traumáticas como: entorses, luxações, subluxações, lesões impactantes, etc., além de pós-operatórios ósseos e articulares. Após atividade física prolongada e de esforço físico máximo. Isso tudo, de acordo com cada tipo de pessoa.
Resultados – Dentre os resultados possíveis, podemos citar: benefícios como o aumento da amplitude de movimento, diminuição da tensão muscular, relaxamento, analgesia, melhora na circulação, absorção do exudato inflamatório e debridamento de lesões, bem como o incremento na força e resistência muscular, além de equilíbrio e propriocepção na redução do tônus muscular.
Lembre-se que o gelo, se usado indiscriminadamente (sem a técnica adequada ou por tempo excessivo) pode ser lesivo para os tecidos, principalmente a pele. Em caso de dúvidas, consulte um Fisioterapeuta.