Por Aline Mustafa – Jornal Diário de SP
Profissionais da saúde tentam driblar agendas apertadas, congressos e emergências para poder cuidar melhor do próprio corpo e da mente
Eles têm como objetivo cuidar da saúde das pessoas e insistir para que os pacientes adotem bons hábitos. Mas na hora de eles próprios assumirem os cuidados com o corpo, ainda são poucos os profissionais de saúde que encontram tempo na apertada agenda para praticar uma atividade física.
“Sempre fui sedentário. Um dia estava navegando na internet e pensei que as pessoas sempre reclamam que não têm tempo para se exercitar. Naquele momento percebi que eu tinha tempo livre”, conta o otorrinolaringologista Fernando Oto Balieiro, do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos. Isto ocorreu há cinco anos. O médico começou a frequentar uma academia e atualmente pratica corrida. Ele foi, inclusive, um dos responsáveis pelo grupo que reúne especialistas de várias áreas do hospital para treinos de corrida. O grupo se reúne semanalmente, apoia corridas e incentiva a participação de funcionários.
A enfermeira Joana Angélica Cruz foi uma das que começou a correr motivada pelo projeto. Como resultado, ela diz que conseguiu controlar o colesterol, que era alto, perdeu peso e reduziu as dores musculares.
TROCAS NO CARRO/ O fisioterapeuta David Homsi adotou uma técnica inusitada para conseguir se exercitar sempre que possível. Trocas de roupas deixadas no carro possibilitam que ele pratique tênis e corrida de rua sempre que há um intervalo entre as consultas. “Aí continuo o atendimento até 21h, 22h”, conta.
A rotina é puxada e requer dedicação. “Tenho colegas que preferem descansar até mais tarde e não se preocupam com a prática de exercícios. Mas lido com praticantes de esportes; é complicado um obeso atender um esportista”, diz David.
O clínico geral e cirurgião Jayme Campos Vianna trocou o futebol aos finais de semana com os amigos pela corrida de rua e musculação. Gostou tanto que começou a participar da Corrida de São Silvestre, associou-se aos Corredores Paulistas Reunidos (Corpore) e costuma participar de maratonas de até 42 quilômetros.
Em seis meses, o médico perdeu 12 quilos e, como consequência, adquiriu mais incentivo para continuar se exercitando. “Com esta profissão, os treinos são mais difíceis. São muitos congressos, às vezes é preciso parar o exercício para ir atender um paciente. É preciso perseverança”, admite.
ELES DÃO AS DICAS
– Se estiver sem fazer nada de importante, vá se exercitar.
– Acorde mais cedo para ter tempo de se dedicar às atividades físicas.
– Leve roupas extras no carro, assim você pode praticar esporte quando tiver um tempo.
– Faça do exercício sua terapia.