Saiba como tratar a fratura por estresse em calcâneo

Lesão pode ocorrer após quedas, impactos na corrida ou através de um processo patológico, como a osteoporose.

Por David Homsi

Artigo públicado em sua coluna semanal no site: www.globo.com/euatleta

O calcâneo é o osso mais fraturado do tarso. A fratura do calcâneo pode ocorrer como resultado de quedas, impactos na corrida, esportes de salto (vôlei, basquete, por exemplo), lesões, torção ou através de um processo patológico, como a osteoporose.

Em atletas de corrida a lesão mais comum no calcâneo é a fratura por estresse. Ela é geralmente diagnosticada em praticantes mais pesados e que não utilizam um bom tênis com amortecimento ou que não tenham uma boa biomecânica da corrida, ou seja, que aterrissam com o calcâneo ao solo, jogando todo o peso dele e diminuindo assim a velocidade de sua corrida, além de aumentar o impacto sobre a região.

Essas fraturas podem permanecer sem diagnóstico clínico, pois pode não haver nenhuma deformidade óbvia. Muitas vezes, a história do paciente de queda de altura e aterragem em seu calcanhar é útil, mas o exame radiográfico é essencial para confirmar fratura. Portanto, um exame de imagem (feito por um médico) é de extrema importância para diagnosticar a fratura ou não.

Na maior parte das vezes ela é bilateral, acomete um membro e o atleta começa a aumentar o impacto no contra lateral, causando assim uma lesão bilateral.

O tratamento também é conservador, o atleta para de treinar e começa a fazer fisioterapia. O médico orienta o uso do robofoot e nós, fisioterapeutas, iremos a cada dia de tratamento aumentar o impacto do calcâneo contra o solo, através da descarga de peso do atleta, sempre de forma gradativa e respeitando o processo fisiológico da lesão em questão – estresse no calcâneo.

Para manter o condicionamento do atleta, orientamos esportes sem impacto – musculação para membros superiores sem restrições e para membros inferiores com restrições, desde que não seja utilizada articulação do pé. Deeprunning é sempre bem vindo (corrida na água).

Na fisioterapia, utilizamos laser, ultra-som e correntes para analgesia, evoluímos de acordo com o quadro sintomático do atleta. Passamos a fortalecer a musculatura da perna, alongar e fazer o retorno gradativo ao esporte através dos exercícios de propriocepção e do gesto esportivo.

David Homsi é especialista em Fisioterapia Esportiva e Músculo-Esquelética e atende atletas profissionais de corrida e triatlo.